A
vida faz dessas coisas comigo e fico muito agradecida.
Durante esta
semana, vivi no "olho do furacão" da visita do Papa. Já que moro a
três quadras da praia de Copacabana foi impossível não me contagiar com a festa
cotidiana que se fez e que ainda se faz a partir da esquina de minha casa, ao
passar pelo bar,
ou ao atravessar a
rua...
Foram 175 países
inscritos, mais de 350 mil visitantes cadastrados. Mas na hora do festão
(sábado e domingo), acredita-se que tenham chegado a cerca de três milhões de
pessoas.
Em cada rua ou
esquina, a alegria contagiante da juventude, com suas vozes e cânticos, seus
gritos de identidade cultural, tão típicos a cada país, enfeitaram e ainda
enfeitam nossos olhos e ouvidos. Conversando com amigos e amigas, ao telefone, quando
me perguntam como está o bulício por aqui, só é possível uma resposta:
-
Uma farra saudável e sem fim!
E coloco o
telefone na janela, para que ouçam o tumultuado e vivo burburinho da juventude
em festa.. Isso, o dia todo, como um pano de fundo, testemunho colorido de que
vale a pena viver.
Resolvi ir para
o consultório todos os dias pela praia, o que não costumo fazer no inverno, por
causa do ventinho chato e cortante da praia. Mas queria curtir os preparativos
para a festa.
Preparativos?
Logo descobri que não havia preparativos. Para essa massa exultante de jovens,
a festa já estava instalada a cada minuto, no decorrer da semana e as horas
marcadas para as cerimônias eram consideradas apenas como clímax (vários por
dia!) dos festejos.
As cerimônias eram
marcadas para o final de cada dia, mas desde as oito da manhã, com chuva fina
caindo e temperaturas baixas, incomuns em nossa cidade (inesperados 15 e 16
graus, puro inverno forte para a alma carioca, acostumada a 20 ou 22 graus nesta
época do ano), o que eu via eram grupos e grupos de jovens atravessando o túnel
que separa o bairro de Botafogo de Copacabana, em busca da praia. Desde as oito
da manhã, imagine!
"De
todo canto, vinde, correi"...
Desde os
primeiros dias, no início da tarde, quando voltava para almoçar, era
surpreendida pela multidão. Uma festa sem álcool e sem vícios, mas
estarrecedoramente inebriante. Pura alegria, saudável e exuberante.
Bandeiras,
muitas bandeiras espalhadas pelas areias da praia...
Pela avenida da orla, em busca da areia...
Jovens,
muitos jovens!
Jovens de todas
as idades.
Acomodados em
todos os lugares, para esperar a hora de algum evento maior.
Grupos se
deslocando em correntes de mãos dadas, senão... se perderiam uns dos outros, na
certa!
Também valeram
correntes com a bandeira de seus países.
Sinalização
adequada
Organização de
infraestrutura.
Filas
organizadas nos banheiros - ponto negativo: são muito poucos, para tanta gente
e foram mal localizados, longe da areia. Mesmo assim, as pessoas se organizavam
em filas e não havia, no decorrer da praia ou nas ruas, qualquer odor que acusasse
falta de uso adequado.
Muita gente para
usá-los, nenhum tumulto!!!
Todos a postos:
Defesa civil com
seus carros e ambulâncias, postos de saúde (que permaneçam saudavelmente a
postos, em nosso cotidiano, assim seja!)
Muitas
ambulâncias espalhadas por toda parte (que elas estejam também prontas para
nosso posterior cotidiano, assim seja!).
Policiamento
(que permaneçam presentes em nosso cotidiano apenas para nos proteger e
acolher, assim seja!).
(Obs.: pela quantidade de fotos, a postagem teve de ser dividida em duas partes. Continue lendo, clicando em "postagens mais antigas", abaixo)
Um comentário:
Que texto gostoso!
Postar um comentário