domingo, 28 de julho de 2013

NO OLHO DO FURACÃO (continuação)



Ecopontos (!) com distribuição de sacos de lixo ecológicos e coleta seletiva. E todas as pessoas os usufruindo e utilizando, sistematicamente. Estando disponível, a gente usa! (que esta cultura seja espalhada em nosso cotidiano, através de educação adequada e disponibilização eficiente, assim seja!).


 Lojas sem tumulto, com filas organizadas naturalmente.


Falhas de acesso ao bairro. Difícil se deslocar pelos transportes disponíveis até as cercanias. Milhares e milhares de pessoas para um bairro só, indo e vindo dos mais variados pontos da cidade. É um mar de gente, se deslocando todos os dias, de manhã, à tarde e à noite. Difícil chegar, a não ser a pé. Difícil sair, a não ser a pé. 

Muitos voluntários em grupos, se organizando a todo instante.



ou já em seus postos (sessenta mil ao todo - que tenham o mesmo impecável treinamento na Copa do Mundo e nas Olimpíadas, assim seja!)


Cenário pronto.

Impossível chegar perto do altar mor. A saída foi fotografar a planta:


E o pedacinho que deu para pegar ao longe, da calçada:


Palcos espalhados pela orla, para um dos eventos:



Voltava à noite do consultório e ainda encontrava muitas pessoas nas ruas. Eventos, música, grupos animados até bem tarde.

Surpreendentemente, ruas limpas, depois de um dia com tanta gente vivendo por ali!



O lixo não parece dar muito trabalho aos garis


não ser nos lugares certos


ou na areia, onde não há containers. Mesmo assim... pouco.


No mais, as ruas praticamente limpas eram enfeitadas apenas com as folhas caídas das árvores, provando que os garis ainda não haviam passado por ali.


E, todos os dias, para cada fim de festa... um novo amanhecer. E, enquanto o Papa não vem, na sexta, finalmente, o sol carioca brindou a todos, amenizando a friagem da noite anterior. E a festa se renovou, em outros tons

 
No sábado de manhã, o ápice do evento se insinuou, com a chegada de novos peregrinos para uma grande vigília.

E, enquanto, a segurança aguardava, atenta a milhares de pessoas que chegavam para se juntarem aos demais que já habitavam o bairro durante a semana,


fui surpreendida com a exposição singela de mais uma manifestação inesperada, em plena praia, perto do palco principal


E enquanto os moradores do bairro buscavam manter sua pequena rotina de final de semana, pelas ruas transversais menores,


 

miríades de pessoas continuavam a chegar para o ápice da festa. Eram dez horas da manhã, quando as ondas humanas desses grupos peregrinos, aumentaram de intensidade, vindos em procissão, a pé, do centro da cidade.


E, sem parar, essas ondas ainda permaneciam entrando bairro adentro, ainda às 20 horas,

prometendo a maior população de todos os tempos em visita a nossas praias. E atingiram o número de cerca de três milhões de pessoas.

E eu, que não me afino com nenhuma religião, mas trago a fé sincera de que é possível pensar num mundo melhor, verdadeiramente "civilizado" e cheio de novas e saudáveis energias, sejam de que filosofias ou religiões puderem decorrer, senti-me acalentada, ao conviver com toda essa vibrante energia.

E confesso que, por todos esses dias, meu coração solidário retornou mais colorido para casa.


6 comentários:

Anônimo disse...

oi, minha amiga,
só pra polemizar ...
Eu não fiquei nada feliz com essa JMJ. Por quê? Uma infinidade de jovens correndo o mundo atrás de um papa que teve ligações comprometedoras com a ditadura argentina, e ainda por cima acolhendo com aprovação o manual de uma CNBB que, dentre outras coisas, se manifesta contra qualquer método preventivo!
Imagino o que essa juventude vai ter a dizer a seus filhos sobre sexo! Complicado, não?!
bjs, décio

Carlos Alberto disse...

Confesso que me cansei de ver manifestações mescladas de violência e covardia. Essa jornada de jovens provou que é possível atingir objetivos, mesmo que seja em uma nação conturbada como a nossa. Mais uma prova que os jovens procuram a paz e a harmonia entre os povos. As imagens retratadas são a prova da vontade e da certeza de um mundo melhor.
A professora Eulália, como sempre, participou e realizou um belo trabalho.

Anônimo disse...

Um momento especial! A convivência harmoniosa e pacífica é possível ! Foi uma semana linda, como as fotos e texto! bjs. Miriam

Celina disse...

Um verdadeiro post jornalístico através dos seus olhos atentos. Amei cada foto e cada "legenda". Testemunho maravilhoso!

Eulalia disse...

Querido amigo Décio, pouco tenho a dizer a respeito da filosofia atual da Igreja, de quem tenho muitas críticas a fazer, como todos. O conto, na verdade, é uma ode fantástica à energia inenarrável que vivi nessa semana, em convívio com essa indiscutível e saudável juventude, com quem conversei, a quem observei e na qual ponho minhas esperanças no dia de amanhã. São religiosos, não são? Para mim, tanto faz... o que eu vivi ao contemplá-los, é a razão na qual deposito o meu encantamento. Só tendo experimentado a vivência, para conseguir traduzir o que eu senti.

Carlos e Miriam,
Sim, foram momentos especiais de convívio e agradeço à vida por ter tido a oportunidade de usufruir da alegria contagiante de uma juventude como essa, que enfeitou Copacabana nessa semana. Educados, maravilhados com a cidade, comentando comigo sobre seus problemas e como estavam se sentindo aqui. Tive a oportunidade cotidiana de conviver e conversar com eles... e adorei!

Celina,
Vindo de você, com o blog de viagens que você tem, o comentário é super valioso para mim. Obrigada!

Obrigada a todos pela visita ao blog!

Anônimo disse...

Que lindo! Eu fui à Jornada e ajudei a prepará-la. Foram dois anos intensos de reuniões e preparativos para podermos deixar esse exemplo de que é possível seguir o lema de fazei ao outro aquilo que vc gostaria que ele te fizesse. A maioria que participou da jornada são jovens entre 16 e 30 anos. Então concluimos que as bases do respeito e tolerância começam cedo, na infância e que o ser humano na sua essência tem necessidade de viver de forma harmoniosa em grupo. Foi para isso que Deus nos criou, Bjs. Mônica Nardy