sábado, 25 de janeiro de 2014

SILÊNCIOS


A vida precisa de silêncios.

E não adianta insistir: 
ela te fecha os caminhos, dá um nó na sua garganta, impede sua voz de sair.

É ficar quietinho ou quietinha, conversando em diálogo interior, por quanto tempo for preciso, até que ela te deixe sair de novo... 

...como se tudo tivesse acontecido.

 

sábado, 18 de janeiro de 2014

ENTÃO... LÁ VAI!


Cabelos grisalhos. Curtos. Assumidos - sem tintura. Acho que ficam charmosos. Gosto de me ver assim. 

Tiveram sua época, quando longos e macios. 


 Tem, de novo, sua época, mais grossos, por causa dos fios brancos.



Mas, nesta semana, me lembrei de meus cabelos de modo especial. Há trinta anos, eles eram longos, castanhos. Acabaram escurecendo um pouco mais e, depois, ficaram assim, misturados.

Não sei por que, quando tinha pouco mais de vinte anos, fui induzida a corta-los... para fazer um aplique. Imagine que, naquela época, os apliques estavam mais do que na moda. No fundo, parecia um absurdo que eu, com cabelos tão bonitos (desculpem a falta de modéstia), fosse me convencer a corta-los para fazer um aplique para mim mesma!

Era uma pessoa da família que sabia fazê-los. E queria porque queria fazer um aplique com o meu cabelo...

Acho que acabei cedendo, mais por delicadeza do que por vontade. Afinal, meu cabelo crescia (e cresce!) muito rápido. Acabaria ficando grande novamente...

Assim, fiz uma trança de um pouco mais de um palmo e... ela meteu a tesoura.  Fosse hoje, não teria encostado num fiozinho sequer. Mas... naquela época...

O fato é que nunca fiz o tal aplique.Eu nunca fui chegada a artificialidades. Para que usar um aplique se eu tinha meu próprio cabelo para fazer o penteado que eu quisesse? Eu não ia usar mesmo e, apesar de toda a insistência, resolvi guardar o cabelo comigo para ver o que faria depois.

E foi ficando, foi ficando... e ficou guardado até hoje. Quando abro a gaveta onde se encontra, por vezes, o retiro do papel em que é guardado e observo como mudaram em suas características: castanho, sedoso, comprido. Foi meu. O que fazer com isso?

Há anos atrás, ofereci a uma amiga que estava fazendo quimioterapia. Mas ela achou que seria mais fácil comprar uma peruca pronta.

E... foi ficando.

Ontem, visitando um site, ao acaso, encontrei um Grupo denominado Cabelegria. Dedicam-se a aproveitar cabelos para crianças com câncer. Tamanho mínimo do cabelo: um palmo. Aceitam até os danificados por tintura.

Sorri... como eu podia imaginar que algo que eu não utilizei porque não gosto de coisas artificiais poderia servir, um dia, para uma criança que, na época, nem pensava em nascer?

Coisas da vida...

Mas achei o destino de uma parte de mim, guardada, num canto, esperando serventia.

Quem diria...

Então... lá vai! Vou mandar pelo correio nos próximos dias, sem falta.

E você? Tem um cabelo sobrando por aí?


Obs.: se você também deseja doar seus cabelos à Cabelegria, visite a página https://www.facebook.com/cabelegria?ref=profile