Contos verdadeiros, talvez enfeitados pelo meu amor pela vida. Agradeço a motivação insistente de amigos e amigas, sem a qual eles jamais teriam saído do meu computador (sorriso).
sábado, 28 de maio de 2011
EU SABIA
Eu sabia que, nas horas mais desprevenidas, te encontraria assim... assim limpo, assim puro, assim pleno. Vida vai, vida vem... mas sempre tendo algo mais poderoso que nos une, enfeitando minha vida, meus olhos e meus sonhos...
Quantas e quantas vezes, acordei, bem cedo, em solteira, para te ver ao amanhecer... O cubículo onde vivi meus últimos anos de solteirice tinha como prêmio uma janela de sonhos, pela qual você enfeitava a minha vida árdua de luta pela sobrevivência dia a dia, passo a passo...
Tinha você, enfeitiçando e colorindo meu coração.
Algo nos une de uma forma singela e simbólica. Rocha perfeita e pura, forte e suave. Repouso para o coração.
Ao contrário da maioria dos cariocas, volta e meia te visito de perto, abraçando-te com meus passos em teu solo. Quantas e quantas vezes subi de bondinho por puro prazer da visita, da vista e de te sentir bem pertinho, te sentir em mim...
E agora, imagina, posso acordar, de novo, e te olhar da janela, como antes, ou melhor, da varanda, bastando visitar ou dormir na casa nova de Patrícia. E posso ver-te como então, namorar-te ao alvorecer, como há quarenta anos atrás.
Eu mais vivida, mais feliz, mais plena.
Você sempre igual, sempre moço, sempre imponente e brando e lindo e puro!
Eu sabia... mesmo tendo ido embora daquela janela, tristonha da saudade que levava desta paisagem, eu sabia... eu sabia que estarias sempre ao meu alcance... só não podia supor que, um dia, te daria bom dia por uma janela quase igual, mas muito melhor, pois enfeitada pelos anos mais que vividos, podendo te contar de tudo que passei...
E poder sorrir-te feliz, meu amigo e companheiro de juventude. Contar-te que vivi, que vivi muito e intensamente, sem desperdiçar um segundo... só para encontrar-te num mesmo ângulo, numa mesma altura e contar-te... como, um dia, te prometi.
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4 comentários:
Eulália, não é história... Enquanto lia seu texto, pude ver claramente, apesar do dia cinzento que a montanha sorria.
Montanhas são assim mesmo... Nos entendem sem favor.
Eu que o diaga... Eu e o Ávila! Muitos beijos e o quarto e a varanda já te esperam.
Lindo, lindo! E as fotos contam esse história. E essa varanda é mágica, como Patrícia.bjs
Puxa, que poética! Realmente, as imagens dão um outro tom ao que escrevemos. Muito bacana.
Isso que diria gratidão eterna!
Bjs
Val
Uma homenagem ao Rio,com sua sensibilidade magica.Que bom que pude partilhar isso com você.
Nas minhas lembranças tem o Corcovado,que podiamos ver no cantinho da varanda da Sorocaba.Lembra?
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