sábado, 21 de maio de 2011

SESSENTA - A COMEMORAÇÃO



Quando se tem amigos de verdade pode-se esperar de tudo num aniversário. Ainda mais aos sessenta anos...

Pensei que passaria meu aniversário como sempre, tranqüila e sem imprevistos. Ledo engano... uma trama se urdia por trás de mim, sem que eu pudesse sequer imaginar a sua dimensão!

Pois então... num intervalo de 48 horas pude usufruir do mais puro encantamento que se revela pelo amor que só almas humanas como as de amigos tão verdadeiros podem proporcionar.

Pelos percursos que a vida engendrou em meus passos, tenho amigos de grupos sociais muito diferentes, grupos que, por acasos também da vida, não se conhecem. Há os amigos da minha geração que a vida foi tecendo aos poucos no meu caminho. Entre eles, o casal Patrícia e Silvio que você já conhece do conto “Silvio” e dos pitacos, em outros contos, quando a eles me refiro. Mas há as “galeras”. Entre essas, a galera jovem, de ex-alunos da universidade ou dos cursos de Reiki, que foram se conhecendo em workshops comuns, como os de cursos sobre Jung, ou por encontros casuais, por aí. Há ex-colegas de universidade... enfim... grupos, todos queridos, mas que se dividem apenas por eles mesmos, como acontece com os “números primos” de nossos estudos matemáticos.

Pois é... foi exatamente isso que pirou a galera jovem, que queria me fazer uma surpresa. Mas eu só fui descobrir tudinho, no domingo, dia 15, depois da surpresa feita...

Assim, posso lhe dizer que passei por todas as emoções desejadas, nesse passar de ano sexagenário, como verá, a seguir:

O dia quatorze amanheceu dorminhoco e nublado. Tinha planejado almoçar com Patrícia e Silvio, que me brindariam com a realização de um desejo antigo: um passeio de helicóptero pela cidade. Mas as nuvens espalharam o cinza pela cidade. O passeio foi adiado e substituído por um inesquecível almoço à vista do Pão de Açucar, um almoço de quatro horas, com papos infindáveis.


Para coroar a tarde, Daniele apareceu, pois estava no mesmo prédio do restaurante, quando me ligou, e enfeitou a sobremesa. Saimos rumo ao apto de Patrícia, cuja varanda também dá para o Pão de Açucar.


Ficamos por ali, na sala, horas infindáveis revendo nossas vidas, jogando conversa fora, a montanha enfeitando meus pensamentos. Almas tranqüilas, dia ameno. Que delícia! Patrícia, como já lhe disse uma vez, é a irmã que se esqueceu de nascer da mesma mãe. Entardecer gostoso e brando. Emoção saída do frasco de perfume da vida, que se exalou por todo o meu dia.

Cheguei em casa pronta para uma excursão no dia seguinte, domingo de manhã. Aí é que a trama da outra emoção começa, sem eu sequer dar-me conta disso.

Ocorreu que a galera jovem - composta do que eu costumo chamar de filhos que a vida me deu - estava há quase um mês armando uma tremenda surpresa. Exatamente, me dariam, de presente, o tal passeio de helicóptero. Para isso, tinham planejado um encontro festivo em um quiosque da Lagoa Rodrigo de Freitas. Em princípio, eu topei, mas achando muito esquisito o lugar do encontro. Afinal, um quiosque da Lagoa? Por quê? Mal sabia eu que era ali um dos locais de partida para o vôo de helicóptero! Sem saber de nada e nem sei por que cargas d’água, no entanto, comentei com um deles que passaria o aniversário com Patrícia, que me daria de presente esse vôo.

Você pode imaginar o reboliço que deu na galera? Eu nem por alto poderia imaginar. Só soube no domingo de manhã, por todo o percurso que eles passaram para poderem me pegar de surpresa em outra coisa! Mas... “que outra coisa”? Pelo que conheço da patota, teria de ser uma “outra coisa” igualmente inesquecível. Hoje, fico pensando o que e como eles conseguiram se articular novamente, todos trabalhando tanto e com tão pouco tempo para bolarem outras alternativas, mesmo contando com a internet.

Souberam que talvez eu fosse a Buenos Aires, atrás de um curso de Reiki. Imediatamente resolveram o problema, bolando uma aula de tango diretamente com um instrutor de lá. Todos sabem que eu adoro dançar, seria um presente fantástico e sui generis, que eu iria adorar sem dúvida!!! Mas eu desisti do curso e comentei isso também, despreocupadamente. Nada feito... eu estava mesmo dando um trabalhão para a galera, sem o saber!

Foi aí que Karen (uma delas), sem querer, acertou em cheio: disse que tinha feito a trilha do Pão de Açucar num desses domingos. Comentei que era uma trilha que eu nunca fizera e que desejaria muito fazer, um sonho da minha vida! Foi a dica para a isca: ela me convidou para a trilha, de manhã, dizendo que poderíamos nos encontrar com a galera à tarde. Isso tudo se não chovesse, é claro.

Eu não sei o que eles fizeram... mas o sábado chuvoso do aniversário se transformou num belíssimo domingo de sol, como só acontece no Rio de Janeiro!

E foi assim. Leo disse que iria junto e os três fizemos a trilha, rumo à primeira etapa do Pão de Açucar. Nem posso dizer como me diverti!





Chegados ao final e, num breve repouso, nos encontramos com Dani, André e sua filhinha de oito meses, minha primeira “netinha” do coração.


E foi aí que a surpresa se fez. Descobri que a galera, afinal, estava todinha nos esperando lá embaixo!

Desci já com o coração um pouco aos pulos, um sorriso interior agradecido que só eu conheço, quando a vida completa o ritmo da emoção de uma forma tão graciosa e pura!

Não deu outra: a galera estava lá embaixo, muito bem representada pelos que puderam vir. Assim, meus olhos juntaram num só quadro: Dani, André, Alicinha (a tal netinha), Cecilia, Junior e Arthur (agora com dez meses, um netinho um pouco mais distante, mas não menos querido), Natália, Lara, Karen, Leo e Ari, numa mesa de um restaurante-bar com vista direta para o Pão de Açucar, enquadrado pelo mar e a Praia Vermelha.




E claro: um bolinho delicioso feito por Cecilia (hum...), que foi devorado tão rápido que nem saiu nas fotos, com as velas dos desejos, um cartão confeccionado e desenhado por Karen (com o símbolo original do Reiki!) e com mil dedicatórias de cada um.

Os que não foram, estavam ali presentes, nas páginas internas: Cesar, Thadeu, Tácito, Clovis, Margareth, Dani Castro, Regina, Alberto...


E o presente inicial que seria um vôo de helicóptero e que virou uma aula de tango, na Argentina, acabou se transformando, enfim, na concretização de mais uma de minhas grandes paixões, com um “vale” imitativo do que já ofereci a muitos de meus amigos: “vale um curso de Reiki”.

E será nisso mesmo que vou transformar o meu presente, na vinda de meus mestres de Reiki, Arjava Petter Sensei e Tadao Sensei, ao Brasil, no próximo setembro. Mas, na verdade, contados os fatos, eu me senti ganhando os três presentes: o vôo, a aula de tango e o curso de Reiki, pois só de me contarem a trajetória da trama, me vi, em cada etapa, sendo realmente presenteada em cada passo. Presentes inesquecíveis para um dia inesquecível.

Passamos o resto da manhã e metade da tarde ali, aos pés do Pão de Açucar, eles me contando como contornaram o imprevisto “não-voo-de-helicóptero”, substituindo-o, além do presente material, por outro evento tão importante como o primeiro para mim - a trilha do Pão de Açucar -, num dia que eles “decidiram” que não poderia chover de jeito nenhum...

É... quem tem amigos como os meus, tão doces quanto queridos, não precisa olhar em torno para sentir falta de qualquer coisa...

Com o coração preenchido pelas alegrias desses dois dias, tão diversos e tão igualmente importantes, voltei para casa, no final da tarde, para escrever este conto.

Lá fora, enfim, a chuva resolveu cair de todo, para combinar com as lágrimas emocionadas que acompanharam o dedilhar dos meus dedos no teclado.

Um detalhe, mais do que valioso, que fiz questão de mencionar por todo o texto: o Pão de Açucar - que merecerá um conto à parte, por sua importância em tantos momentos da minha vida - esteve presente, sem que nenhum deles assim arquitetasse, desde a casa de Patrícia, o restaurante escolhido para o almoço do sábado, a trilha do Pão de Açucar, na manhã de domingo, e o bar-restaurante escolhido para o encontro da galera, com a montanha a nossa frente.



Sem que eles soubessem, nesses dois dias, todos me brindaram não só com sua presença e seu coração, mas com a intuição nascida da amizade e do carinho, por me oferecerem, em todos esses momentos, o pano de fundo mais querido e mais amado por mim, nesta cidade.

Amigos assim, a cada passo, formam uma trilha mais do que sonora, em nossas vidas!

Tim-tim!

6 comentários:

soboluar disse...

Feliz de fazer parte de uma página da sua vida! bjs

pblower disse...

Ainada estamos devendo o passeio de helicóptero. Ainda bem que é outono e certamente dias claros e azuis virão.

mil beijocas

pat e silvio

Leonardo Coelho disse...

Um beijo muito grande no seu coração. Amamos vc. Leo e Ari.

Unknown disse...

Me sinto honrada de ser tua amiga. Ter te conhecido lá na Venezuela, por meio dos nossos queridos amigos Silvio e Patricia, foi mais um dos grandes presentes que Caracas me deu. Parabéns pelo niver!!! Tin-Tin

besitos
Soraya e Tom

Celina disse...

Você merece querida!

Virgínia Bravo disse...

A verdadeira amizade ja é um presente.Apesar de ser seu aniversario eu é que fui presenteada.
Te amo! bj