Se posso ir a pé, não escolho outra opção. Para tudo quanto é canto, se minhas pernas aguentam, é a pé que eu vou e, de preferência, com meus olhos abertos para dentro de mim mesma. É por isso que, quando me dou conta... já estou lá.
Mas há coisas de fora que me chamam a atenção.
Não que eu queira... nem que eu preste atenção deliberada. Parece que tem um botãozinho aqui dentro que liga e diz: "olha ali".
E ele "ligou" para as plantas de jardim e árvores floridas.
Nesse princípio de primavera, não pude deixar de notar. Talvez porque tenha andado mais... ou... talvez... porque tenha andado por lugares diferentes. O fato é que elas estão por toda parte e nos dão uma lição de vida: resiliência!...
É incrível como podem se aproveitar de um espacinho de nada, numa cidade infestada de prédios com jardins cimentados e pouco espaço para a natureza. Mas elas estão lá... imunes (ou sobreviventes?) aos choques emocionais da cidade grande.
Não falo de nossos parques, onde elas se espalham vaidosas e enfeitadas. Falo das que crescem espremidas num cantinho de terra, no tico de um jardim, pelos poros dos muros...
Espreitam-nos entre paredes e grades - árvores ou simples pedacinhos de verde -, observando nossos andares apressados, poluídos e estressados. Falo dessas, que escolheram uma forma muito particular de enfeitarem nossos olhares. Frutos da mãe terra, apenas nos ofertam sua simplicidade, suas cores.
Ostentam-se,
com modéstia, mostrando que, em nossa terra, em se plantando, tudo dá. Não importa com quanta
terrinha. Um nadinha de jardim basta para trazerem um quê de aconchego.
Dão-nos
mais do que suas flores. Enfeitam-nos com sua presença heroica, sobreviventes
do caos.Estão lá, como a nos dizerem que entendem de poluição, que entendem as
nossas dores, que estão presentes para darem colo a nossos olhares.
Resilientes.
No
meio do caos.
Do ventre de nossa Mãe Terra.
2 comentários:
Adoro esse seu olhar, sempre pronto para perceber.
Obrigada,querida, seus comentários sempre tão gostosinhos!
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