sábado, 22 de junho de 2013

MARGENS PLÁCIDAS




"Margens plácidas", ou melhor, 'rio' plácido e, deste rio, o "brado retumbante".



Dizem que o gigante acordou. Acho que ele, na verdade, nunca adormeceu. É que estava estupefato diante de tanto descalabro, tanto descaso, tanto desacerto incontrolável.

Via este "gigante pela própria natureza" não adormecido, mas, talvez, com os sentidos totalmente paralisados, perplexamente desacreditado do que lhe estava acontecendo, tão absurdo se mostrava "o penhor dessa igualdade".

Eu o via paralisado pela dor, impotente, sem uma força motriz que pudesse levantá-lo, colocá-lo a prumo. 

Muitas vezes, como neste caso, é preciso uma mordidinha... uma mordidinha boba de um mosquitinho à toa, mas também absurdamente chato e venenoso... desses que picam a pontinha da orelha, numa noite de insônia... de tantas e tantas noites de insônia que esse gigante paralisado sofreu.

Uma mordidinha, uma mordidinha de nada... uma mordidinha de vinte centavos...

Mas... o suficiente para que o sangue gelado nas veias fosse, então, revigorado por esse veneninho bobo, última dose de longo tratamento homeopático. E o sangue voltou, enfim, a fluir solto pela artérias e veias de nossas cidades amadas.
 

Que ressurja em seu esplendor. Que saibamos cultivá-lo em seu caminhar... 



e "diga o verde-louro desta flâmula, paz no futuro e glória no passado".

Que nosso presente se manifeste para preservar as glórias desse gigante, recuperar, restaurar suas forças, "terra adorada". Dos filhos deste solo" que hoje lutam por ti "mãe gentil, pátria amada".

Que nossos olhos e os demais olhos que nos observam saibam ver e discernir os  "brados fortes" dos filhos dessa "mãe gentil" 



de outros brados que penetram em nossa carne, mas não nos pertence


ou, pelo menos, não pertence à alma desse gigante que consciente se levanta "belo, forte, impávido colosso", com brados plácidos e, ao mesmo tempo, viris, de nós que guardamos "o amor e a esperança" que, neste momento, "a (esta) terra desce", para que possamos nos colocar no lugar que nos cabe, "povo heroico", na história deste país.



De esperança somos feitos, de esperança vivemos e por ela permanecemos com olhos voltados para o futuro. Por ela continuamos, respiramos e lutamos. Não fosse por ela, sequer levantaríamos. 

Que junto a essa esperança, estejamos aprendendo a buscar melhor, a escolher melhor, a eleger melhor.


 


(Obs.: Imagens retiradas do Facebook, sem citação de autoria)

4 comentários:

João Carlos disse...

Gostei demais!
O hino não nasceu mal.
Nasceu nacional.
O gigante, além de impávido, é um colosso paciente.
Paciente, mas não desesperançoso.
Afinal, a esperança recusa-se morrer.
Mesmo sendo projetada na resposta no Joãozinho (será meu tataraneto?) em 2079.
Prosseguimos a luta.
Parabéns pelo contofoto, Lalinha.
Como sempre, foi muito bem transportado de sua mente para o papel. Ops, para a internet.
;-)
Bjs

Anônimo disse...

Isso é que é conto atual, minha amiga! Aconteceu agorinha mesmo e já está lá no blog da Eulalia!!!
Talvez fosse bom lembrar que o vandalismo tem diferentes caras. Talvez valesse a pena lembrar aos governantes que, antes de se inflamarem contra atos de vandalismo, como a sra presidentA na tv, também é ato de vandalismo deixar professores em greve durante meses sem ao menos abrir as portas de seus gabinetes para uma conversa. Essa vem sendo a tônica não só na esfera federal, mas também do governo Cabral nas diferentes greves que se deflagram. Deixar professor parado, plantado na porta dos representantes do governo também é uma forma (sutil) de desperdiçar verba pública!
Bjs, décio

Eulalia disse...

Queridos amigos,

Jecale, pois é, mesmo com todas as experiências que nossa geração teve, a esperança nos incentiva à luta e, acho, assim será sempre, pois vivemos de vitórias arduamente conquistadas...

Décio,
São várias as formas de lutar. Assim como no conto "A Saga" (sobre o descaso com os professores, lembra?), minha forma é essa. Não vou mais para as ruas fisicamente, como fazia como moça. Minha forma de ir às ruas, agora é assim (sorriso).
Quanto a seus comentários, que adoro, por serem sempre tão atuais e pertinentes, desta vez, só acho que você foi muito gentil quando diz que não atender aos representantes é uma forma "sutil" de desperdiçar a verba pública. Para mim, é uma forma escandalosamente desastrosa de desperdiçá-la. O vandalismo se espalha pelo próprio ato do descaso com o que é público, seja de que forma for! E penso o quanto do Décio (de "décios"!!!) está sendo desperdiçado a cada atitude dessas!
Felizmente, as pessoas estão se dando conta disso!

Obrigada pelos comentários! bjs! :)

Celina disse...

Desejo de todo o coração que o gigante continue acordado em atente nessa caminhada. Como eu desejo!!!