sábado, 15 de dezembro de 2012

TEM CADA UMA...




Adoro trabalhar com Reiki, tendo os florais como complemento. Nesses 14 anos de trabalho com terapia holística, tenho visto resultados que só os deuses acreditam... e eu também, é claro.

O cliente conta seus problemas, conversamos um pouco, muitas vezes tirando poeira e tralhas de baús do passado, que enferrujam as juntas do corpo e apertam o coração. Cuidamos com Reiki, com florais e vamos acompanhando. As conversas se estendem e as tralhas vão saindo. Frequentemente aparecem coisas do arco da velha, já enterradas no passado... desenterramos, cuidamos e, muitas delas vão embora, trazendo saúde de volta!...

É muito bom ver o sorriso dos clientes, aliviados de suas dores físicas e emocionais. É um trabalho, em dupla, muito bom.

Estou atendendo um novo cliente. Uma gracinha de pessoa, com mais de setenta anos. Não importa, aqui, saber dos motivos, mas os há, e muitos, alguns de passado distante, cujas emoções podem, perfeitamente, ser cuidadas com a ajuda de florais.

Nesta semana, no entanto, recebi o telefonema da mulher:

- (nome do marido) está confirmando a consulta de hoje. Mas eu quero que você só faça Reiki. Os florais estão fazendo mal a ele. Anda muito agitado, não dorme direito. Depois dos setenta anos, a pessoa está aqui para ser feliz, não para ficar desencavando problemas. O que ele precisa é ficar calminho e bem relaxado. Parou de tomar os florais. O que queremos é que ele vá aí, faça Reiki e relaxe.

A primeira coisa que me veio à cabeça é que uma pessoa não precisa esperar os setenta anos para ser feliz. Isso já vem embutido no kit do momento da concepção. Mas não iria filosofar com uma “generala” desse calibre. É evidente que não iria discutir, muito menos pelo telefone.

- Vamos ver o que ele diz quando chegar aqui, ok? Veremos o que está acontecendo.

- O que está acontecendo é que ele está agitado, atribulado e em vez de ter o resultado esperado, está pior. Não quero que esses florais tragam à tona problemas do  passado. Eu já recebi Reiki e Reiki não deixa assim. Ele tem de estar tranquilo e feliz agora.

- Ok, vamos esperar a consulta para ver o que ele diz, assim poderemos resolver do melhor jeito possível. A consulta é daqui a pouco, ele poderá me contar o que está acontecendo.

A “generala” com certeza, viu que não iria mandar na minha consulta. Poderia mandar no marido, mas com a terapeuta não tinha chance. O máximo que poderia acontecer seria eu perder o cliente. Sentiria muito com isso, pois sabia que ele estava precisando de muita ajuda. Do outro lado da linha, percebi uma voz indignada despedindo-se:

- Estou aqui para ajuda-lo, não para vê-lo piorar.

- Então, somos duas, querida, pois esta é a característica do meu trabalho. Não faço outra coisa.

- Tá bom, mas ele vai dizer que não quer.

- Ok, aguardo a consulta.

Preparei-me para levar um “bolo” e não vê-lo nunca mais. Mas ele foi!

- Parei de tomar os florais. Estou muito agitado, não estou dormindo bem, foi uma semana ruim. Estou aqui para conversar com você sobre isso. Você acha que poderiam ser os florais?

- Acho muito difícil, pois o que você relata não combina com as características do uso de florais, mas se você não quer tomar florais, podemos parar, o que você acha?

- Eu fui à internet e investiguei tudo sobre os florais que você me passou e vi que são justamente os que tenho de tomar. Também procurei sobre reações adversas e não encontrei.

- Seria difícil você encontrar, pois não há notícia de os Florais de Bach causarem todo esse atropelo que sua esposa me descreveu.

- Minha esposa? Ela falou com você?

- Sim, telefonou-me para confirmar a consulta e para dizer que eu devia suspender os seus florais, pois estavam fazendo mal a você.

- Mas eu não pedi para ela fazer isso. Pedi apenas que confirmasse a consulta, como combinamos.

Menos mal, pensei com meus deuses protetores... a tirania não era direta. Às vezes, é até pior ser uma tirania oculta, mas, pelo menos, ele não estava deliberadamente se escondendo atrás dos comandos conjugais. Notei até uma certa indignação por parte dele o que, para mim, foi um excelente sinal. Acrescentei:

- Pois é. Embora eu tenha ouvido com toda a atenção o que ela disse, quero deixar bem claro que meu tratamento se pauta no que o cliente me diz. Até porque você é bem grandinho. Fiz alusão à frase que mais me chamou a atenção: ela sustentou que, depois dos setenta, a pessoa tem de fazer coisas que só tragam relaxamento e felicidade. Mas você sabe que, se não mexermos no “baú” você não tem como se sentir mais leve. É como querer andar com firmeza num chão instável...

Ele me responde com essa prenda:

- Não há idade para buscar a felicidade, não precisa ser depois dos setenta. A gente tem o direito de buscar a felicidade sempre! Até porque vir aqui e poder falar do que guardamos no fundo do baú... só de falar parece que já alivia um pouco... e tratamento é assim mesmo...

O comentário foi brilhante, mostrando a saúde embutida naquela maneira de pensar. Vi que poderia ir mais fundo:

- Bem, então vamos ao trabalho. O que aconteceu de diferente no seu cotidiano, durante a semana?

Para resumir, ele me contou que sua mãe (de mais de noventa anos) tinha sido internada com batimentos cardíacos beirando os cento e quarenta. Felizmente, estava em casa e melhor. De brinde, sua filha única e idolatrada, que não mora no Rio, filha do primeiro casamento, tinha sido hospitalizada sem diagnóstico por dois dias, até descobrirem um vírus. O marido que estava viajando teve de voltar às pressas para cuidar da esposa. Desde o dia anterior, felizmente, ela estava melhor e tinha voltado para casa.

- Mais alguma coisa ou você acha que, para uma semana, já foi de bom tamanho? Imagino o quanto isso deve ter abalado você!

- Puxa... foi uma semana angustiante. Não caberia mais nada aqui!

Peguei pesado:

- Então “toda essa agitação e falta de sono foram por causa dos florais”...

Ele abaixou a cabeça e sorriu:

- Você tem razão. Nem me dei conta...


Fizemos a consulta com aplicação de Reiki e ele saiu aliviado, levando seu vidrinho com florais. Não sei o que aconteceu em casa, mas a esposa me mandou um torpedo com os seguintes dizeres:


- A sessão foi ótima, ele está bem mais tranquilo. Bom Natal para você.

Respondi no mesmo tom, delicadamente.

Me aparece cada uma...

5 comentários:

Celina disse...

Colocando as leituras finalmente em dia... e me deparo com essa delícia! Exercício e anexo ao mesmo tempo! E florais minhal linda, que por aqui estão "florescendo" sob o meu olhar !
Mtos beijos

Anônimo disse...

É, minha amiga. Não tenho nenhuma dúvida do teu talento para cuidar das pessoas. E, além de ter de mexer no "baú" dos clientes para revirá-lo, arejá-lo e, quem sabe, rearrumá-lo um pouco, dessa vez você ainda teve de lidar com a "mala" ...
Sei que bagagem é coisa da qual não se pode abrir mão, mas talvez o teu cliente pudesse pensar em carregar apenas uma pequena mochila ...
bjs, décio

Polly Moraes disse...

Um dia você colocou um comentário em meu blog falando em Reiki, eu, sendo uma garota do século 21, dei uma pesquisada na internet, e me interessei muito. Espero um dia ter algumas sessões. :)

Eulalia disse...

OI, Celina! Sim, depois do curso brilhante que você fez, tenho certeza!!!

Décio, apesar das malas, ele vai indo... só não posso sugerir que ele se livre da "mala"... rs

Polly,
Reiki é muito bom! Não deixo de receber pelo menos uma vez por semana! Sabe como me encontrar... seja benvinda!

Obrigada a todos pelos comentários... é como reler o que escrevi...

Anônimo disse...

Juntando os dois últimos contos, a gente pode concluir que o problema é sempre causado pelo refrigerante... ou refrigério... Bjs. Miriam