No
início, foi só coincidência. Mas por um bom período, começaram a ocorrer
coincidências demais...
Até
"zica" tem limite para
acontecer...
No
começo foi o aquecedor que pifou. Até aí, tudo bem, pois estava bem velhinho e
precisava trocar. Só que no mercado não
tem mais desses que são ideais para prédios antigos.
Fui
à internet e comprei um novo. Veio errado. Até aí, tudo bem, consegui solicitar
devolução. Mas... é claro, deu aquele trabalhinho extra, como tudo que você
quer devolver nesse país. Isso foi em maio e só agora meu cartão de crédito
acusou estorno.
Enquanto
isso, engolindo o prejuízo e o tempo
gasto, resolvi comprar direto na loja, com meu anjo da guarda, o Gildo, que faz
tudo aqui em casa. Ele disse que poderia haver alguma incompatibilidade com as
instalações antigas, mas... só testando.
Não deu certo. Até aí, tudo bem, pois o prédio é antigo. Tentei outras
soluções. Nenhuma resolveu até que tive a ideia extrema: vou comprar um boiler.
Comprei
o
boiler. Não dei sorte com a empresa. Primeiro, entregaram um boiler
errado: pedi vertical e veio horizontal. Mais uma semana de espera.
Essas coisas acontecem...
Se fosse só isso, tava bom. O boiler certo veio e foi instalado, só que veio cheio de
problemas. Se não fosse o Gildo, eu teria enlouquecido. Resolvi que ele mesmo
iria se entender com o técnico da firma que, para ser educada nos termos, é um
perfeito ignorante. Para você ter uma ideia, quando perguntei até que
temperatura o boiler chegava ele me respondeu:
-
Ele aquece de 28 a 35 graus, mais do que
isso faz mal à saúde.
Respondi
estupefata:
-
Você trabalha na firma há quanto tempo?
-
Muitos anos.
-
E nunca lhe passou pela cabeça saber a
temperatura máxima de um boiler? O corpo humano tem a temperatura de 36 a 37
graus! Como é que você me diz que o boiler esquenta no máximo até 35?
O
pior é que ele é que é responsável pelo atendimento da zona sul, com mil cursos
de instalação, etc. Tenho de engolir esse doido ou brigar na justiça para
devolver o boiler. E começar tudo de novo com outro boiler... durma-se com um
barulho desses.
Foi
a partir daí que entreguei o caso ao Gildo, pois a novela do boiler já se
estendia desde maio e estamos em julho. E como só agora pude contratar o Gildo,
que estava em outra obra, até então eu é que me entendia (ou, melhor, me desentendia) com esse... digamos...
como direi sem deixar saírem palavras inadequadas a respeito do tal sujeito? Deixa prá lá, você
entendeu direitinho o que penso a respeito desse cavalheiro...
E
eu sem água quente, ou melhor, com aquela água de chuveiro elétrico que
esquenta só pela metade. Para quem toma banho a vapor, como eu, pouco adianta.
Atualmente,
o boiler está funcionando... mas vaza. De qualquer forma, entreguei o caso ao
meu amigo - Gildo - e ele é que está se
entendendo lá com o tal "especialista" da firma.
-
Deixa comigo, D. Eulalia, estou
acostumado a trabalhar com peão... a senhora já se estressou demais.
Santo
Gildo, santo anjo da guarda que eu tenho e que me aparece nas horas certas.
Continuo com o problema do boiler, mas já sei que, um dia, acerta. E tenho água
quente, mesmo com ele vazando. Se não conseguir consertar, como está na
garantia, o máximo que pode acontecer é eu colocar minha advogada na história e
eles trocam o boiler. Deixa andar. Essas coisas acontecem.
Se
fosse só isso, no entanto, eu diria que são agruras da vida. A gente encara e
vai em frente...
Paralelamente,
no entanto, foram acontecendo outras coisas: meu apto de Teresópolis apresentou
um vazamento no apto de baixo. Outra zica,
pois minha inquilina é osso duro de roer. Há quatro meses tento fazer com que
abra a porta para o conserto, sem sucesso. Ela simplesmente não permite. Tive
de colocar a minha advogada na questão e abrir um processo para forçá-la a
permitir o conserto. É. Vamos ver se
agora desenrola.
Até
aí, tudo bem, são coisas da vida...
Se
fosse só isso, tava bom, mas, paralelamente, a porta da garagem resolveu
despencar no teto do meu carro. Eu estou bem, não se preocupem. Só o carro
sofreu alguns danos. O condomínio paga, está tudo certo. São coisas da vida.
Acontecem...
Independente
do conserto, levei o carro para a revisão. Voltou com o ar condicionado pifado.
Está na garantia, mas fiquei sem carro mais uma semana.
São
coisas da vida... acontecem...
Se
fosse só isso, tudo bem, mas o computador pifou. Felizmente, João, meu querido
e insubstituível "melhor irmão do
coração do mundo" veio e
consertou rapidinho. Era uma besteira. A gente tem uns amigos que valem mil
famílias juntas. João é um desses. Podia ser uma besteira, mas o treco não
funcionava de jeito nenhum. Ele me salvou e fomos jantar fora para comemorar.
Noite inesquecível. Aliás como todas, pois sempre nos divertimos muito juntos.
Tiramos o melhor do infortúnio!...
Até
aí tudo bem... afinal, a vida apronta uma ou outra, de vez em quando...
Se
fosse só isso, tava bom, mas, paralelamente, fiz uma reforma no hall de entrada
do meu apto. Diga-se, de passagem, que ficou uma gracinha, obra inigualável do
Gildo. Só que terminada a obra, ocorreu o improvável: a soleira da porta, novinha
em folha, rachou. Vou ter de trocar.
Até
aí... bem... já está demais, não está não?
São
coisas da vida... mas... peraí... dá prá benzê?
E
é justamente o que vou fazer. Juro de pés juntos que "não creio nas bruxas... mas todos sabemos que elas existem"...
entonces... vou benzer e é prá já!
Depois conto se funcionou.