Eu sou uma apaixonada pelas gentilezas cariocas.
A cidade pode estar um canteiro de obras "por
causa da Copa e das Olimpíadas", pode ter um trânsito intransitável, um
governo "sem comentários", problemas sociais, políticos, semânticos,
contextuais.
Mas uma coisa ninguém tira da gente: esse jeitinho
gentil e faceiro que não encontrei em nenhum lugar do mundo.
Na semana passada, pela primeira vez, fui fazer a
recarga no meu cartão de transporte. As máquinas são novas e o sistema é
simplérrimo, não tem o que errar. Mesmo assim, a cédula que eu colocava na
máquina era devolvida. Coloquei novamente. Percebi que deveria ser o jeito de
colocá-la e me preparei para tentar mais uma vez.
Um jovem, na máquina ao lado, estava super
apressado. Mochila nas costas, gestos rápidos de quem está no último minuto do
segundo tempo de seu jogo cotidiano.
Mesmo assim, de soslaio, percebeu minha atrapalhação. Na verdade, eu não
estava prestando atenção à foto da nota, logo acima, com a posição correta.
O jovem deu uma paradinha, na sua "quase
corrida" para sair dali.
-
Essa máquina só aceita se a cédula for colocada de frente e pelo lado inverso.
Ele me mostrou a posição correta, e esperou que eu
acabasse a transação. Em seguida, completou:
-
Naquela máquina ao lado esquerdo, a senhora pode conferir se o seu saldo está
correto. É só encostar o cartão na tela que ela faz a leitura.
Mal deu tempo de agradecer, pois ele fez um gesto
rápido de despedida e sumiu na multidão.
Passo por gentilezas como esta todos os dias.
Aqui, nem é preciso pedir. Se alguém percebe uma
dificuldade, quase sempre dá um jeitinho de dar "uma mãozinha" (digo
"quase", para confirmar o ditado popular de que "toda regra tem exceção... só para confirmar a regra").
São Carioca, rogai por nós! Se não for pedir muito,
espalhai mais dessas gentilezas pelo mundo afora...
4 comentários:
Só pra contrariar. rsrs
Domingos Cachineiro Neto (UERJ), o melhor professor de química que tive na vida dizia que não existe regra com exceção. O que há é regra mal feita, mal definida.
Portanto, todo carioca, por definição, dá uma mãozinha. Se não der, não é carioca.
(Lógico que, aqui, a definição de "carioca" não é só aquele que nasceu no Rio. E você, Lalinha, é um exemplo. bjs
Gostei da observação!
E obrigada pela consagração do meu título!!!
bks
Que essa gentileza carioca se espalhe por todos os cantos...Estamos precisando!
Você viu aquela reportagem onde mostraram as cenas capturadas por câmeras espalhadas por uma cidade? Foram colocadas para gravar roubos e trangressões de trânsito, e acabaram por gravar cenas de gentileza e solidariedade. Bom de ver!
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