Quarta-feira. Tirei o dia para me encontrar com amigos.
O
almoço foi simplesmente uma delícia. Rever Claudia e Eugênia reinaugurou, mais
uma vez, a festa que se faz dentro de mim. É incrível como este trio consegue
conversar de tudo com o mesmo viço e alegria com que o fazíamos nos tempo
de nosso trabalho conjunto na Universidade.
Qualquer assunto se torna interessante, desde os acadêmicos, até as histórias de
vida, as fofocas e mesmo a cor de esmalte das unhas. Em quatro horas, que
passaram num segundo, revivi o mesmo brilho de olhar, que encontro só
nos meus amigos mais queridos...
Emendei
o dia com um jantar com Dani, de assunto completamente diverso, mas de mesmo frescor...
e... para coroar a noite, um encontro com Katia, para uma sobremesa de tons
delicados.
Fiquei
pensando numa metáfora plausível para traduzir o sentimento perfumado com que
voltei para casa à noite.
Perfumado...
sim, como se eu visitasse meu jardim particular de amigos, um jardim onde você
não colhe as flores para escravizá-las em sua sala de visitas, pois murcharão
depressa, alimentadas apenas pela água singela de um vaso qualquer.
Não,
nada disso.
Desfruto
o saboroso prazer de visitar meu jardim, sentir o perfume diferenciado de cada
flor, em seu belíssimo resplandecer ao sol. Flores que posso revisitar em lembranças de dias seguintes,
sorrindo de suas presenças em meu coração. Saber que estão lá, bastando abrir
minha porta para encontrá-las nesse meu jardim, à distância de um mail, um
telefonema, um "oi" qualquer.
Saber, simplesmente, que existem!...
Saber, simplesmente, que existem!...
Não
me lembro, mas é bem provável que, em um ano já perdido no tempo, eu tenha
pedido bons amigos a Papai Noel. E como acredito piamente nesse bom velhinho,
ele foi especialmente condescendente comigo, brindando-me com os melhores.
Talvez
seja por isso que dezembro seja, para mim, um mês especialmente abençoado.
Desde
os primeiros dias, é o mês escolhido para que eu possa revisitar de bem
pertinho, pessoalmente, meus queridos e insubstituíveis amigos. Separo em minha
agenda almoços, lanches e jantares... ou apenas encontros em um lugar qualquer,
para que eu possa saborear, sentir e reviver o perfume desse lindo e inominável
buquê de minha vida.
E
volto para casa, a cada vez, inebriada com o suave e saboroso prazer de revê-los,
ouvi-los e tocá-los, esquecida da desarticulada e enlouquecida vida que nos incute
este cotidiano maluco de cidade grande.
Dezembro
está começando e, apressada, já o iniciei sentindo meus primeiros perfumes.
Olho
minha agenda e antevejo que magníficos encontros já marcados me aguardam. Este maravilhoso
e multifacetado buquê com que me brindo, vaidosa, compondo o melhor dos
presentes que dou, a mim mesma, a cada ano.
Um
buquê composto dos mais variados tons - do singelo ao sofisticado, do
despretencioso ao requintado -, dependendo das nuances de cada flor, mas...
sempre marcado por tons e perfumes suaves e amenos... um buquê pleno em sua
essência.
Tão
bom... tão bom!!!
5 comentários:
Mais uma maravilhosa exposição poética de seus relacionamentos fraternos.
Muito lindo!
Fez-me lembrar uma cena do filme que vi hoje no cinema (A Última Viagem a Vegas), uma comédia hilariante (pleonasmo necessário).
São 4 amigos que se reencontram cinquenta e tantos anos depois.
Um dele, ainda solteiro, diz aos demais: estou com medo de envelhecer sozinho.
Um dos outros três respondeu: "Não, você não está sozinho. Tem a nós. Estamos com você".
Vinícius bem disse que suportaria perder as mulheres, mas que não aguentaria ficar sem amigos.
Sábio Moraes...
Fazer parte desse belíssimo jardim é um privilégio!
Amigos são raros e delicados presentes...
Amei cada comentário!!! :)
Muito lindo!! Cada palavra,cada metáfora, sobretudo o sentimento! Ainda não tinha pensado em dezembro assim...me alegro, me orgulho de estar neste jardim!!
Que bom que você existe!!!
Miriam
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