Contos verdadeiros, talvez enfeitados pelo meu amor pela vida. Agradeço a motivação insistente de amigos e amigas, sem a qual eles jamais teriam saído do meu computador (sorriso).
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sábado, 23 de junho de 2012
CULTURAS IRMÃS?
Não. Definitivamente, não. Portugueses e brasileiros são irmãos de sangue, de cuidados, de admiração.
Mas aspectos culturais diferentes vitais marcam nossas relações.
O modo de pensar, vez por outra, causa até risos de cá e de lá. Fora os malentendidos...
Já tive oportunidade de falar sobre alguns deles. Se você leu o conto Golpe de Mestre, por exemplo, soube de alguns de meus apertos, principalmente na hora de pedir orientação para chegar a algum lugar ou pedir informações diversas. Os brasileiros que lá estiveram contam casos sobre isso. E achamos graça. Culturas.
Hoje me lembrei de uma estada em Lisboa, um passeio descompromissado, em busca de rever lugares de minha predileção.
Eu queria ir à Torre de Belém, visitar aquele cantinho gostoso à beira do Tejo, com a vista majestosa do Mosteiro dos Jerônimos ao fundo. E, claro, comer um pastel de Belém, obrigação de quem a visita.
Estava bem no centro da cidade e queria pegar um transporte coletivo que me deixasse lá. Um pouco desorientada, como é de regra para uma visitante comum como eu, embora estivesse no ponto (paragem) de ônibus (autocarro), não sabia, ao certo, se o coletivo que eu queria passaria por ali. Aproximei-me de um cidadão.
- Queria saber se nesta paragem pára um autocarro para a Torre de Belém.
Tomei todos os cuidados de usar o vocabulário local. Usei até o termo "pára" em vez de "passa por aqui", comum ao falar brasileiro, tentando evitar desentendidos. Afinal, eu já estava mais ou menos escolada em enganos de comunicação. Mesmo assim, esperava por isso, se fosse o caso. Responde-me o cavalheiro:
- Não.
Quando ia fazer a pergunta seguinte (“onde posso achar a paragem correta”), avistei um ônibus vindo em direção ao ponto em que estávamos com um letreiro nítido e em caixa alta em seu frontal: “Torre de Belém”.
Apontei ao gentil cavalheiro o ônibus que se aproximava:
- E este, então, não vai para lá?
- Este pára a duzentos metros.
Até hoje, sinceramente, não sei se o distinto cavalheiro "estava a gozar" com a minha cara ou se acreditava mesmo que só me serviria um ônibus que parasse na porta...
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